sexta-feira, 2 de junho de 2017

DANÇAR


foto retirada do google. 


Não sou uma pessoa que gosta de academias ou de esportes, porém o corpo precisa de movimento. Gosto muito de caminhar, mas confesso que só faço isto quando estou em algum lugar num passeio. Não consigo sair diariamente para fazer uma caminhada, há sempre uma desculpa ou é preguiça mesmo. 

Dias atrás eu assistia "Aquarius" e encantada diante da força daquela mulher - Clara - interpretada por Sônia Braga, que passou por um câncer onde teve que retirar um seio, o que acabou mutilando não só seu corpo, mas sua feminilidade e diante de todas as outras questões pelas quais ela passa, em determinado momento eis que ela coloca um disco de vinil com uma música de Roberto Carlos e começa a dançar na sala de sua casa. Na hora percebi a sintonia entre ela e seu corpo, entre sua mente e corpo. 

A dança sempre foi utilizada em muitos rituais, para expressar algo que não se consegue falar, para sentir o corpo. Os Derviches dançam uma dança-meditação, encontram o espiritual através da dança. Os índios dançam, na América Latina se dança para cultuar Nossa Senhora. Há inúmeros exemplos. 

Comecei então a pensar que dançar e cantar são libertadores, acalmam a alma, nos recompõem, é uma maneira de apaziguar as angústias, de relaxar, de meditar, de ir ao encontro de si mesma. Libera o que há de pesado em nós, de ruim, a raiva, o medo, o ódio. Claro, há danças para a guerra, mas mesmo assim, é talvez uma forma de adquirir maior concentração, de controlar os impulsos de ódio e raiva. A dança e a música sempre foram formas de expressão, de culto, de comemorar, de agradecer, de sinalizar algo, de festejar, de chorar. 

Foi quando me deparei com Pina Bausch, que apesar de não ser totalmente desconhecida, eu nunca havia procurado saber mais sobre ela e principalmente, nunca a havia visto dançar. E eis o que ela mesma diz: "Amo dançar porque sempre tive medo de falar". 

Aqui não vou me reter a falar desta magnifica mulher, mas o que gostaria de dizer é que dançar é algo que pode nos ajudar e muito. Não precisamos ir para uma academia de dança de salão, nem estou falando de bailes ou locais para dançar, mas de dançar em casa, de soltar o corpo, de deixá-lo bailar. Ao invés de nos retesarmos num canto, encolhermos, dancemos, rodopiemos, deixemos o corpo falar, seja de uma dor ou de uma alegria. Seja de raiva ou de alegria. 

Se encontre com seu corpo, sinta-o, deixe-o fluir. Tudo que retemos, que não falamos somatiza no corpo. Então se não conseguimos falar, ou a emoção é forte demais a ponto de fazer o corpo tremer, solte-o, comece a girar, a dançar, até ficar suave. Abrace seu corpo e dance com ele. 




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