sexta-feira, 9 de junho de 2017

TRABALHOS MANUAIS - CRIANDO COM SUAS MÃOS

Neste mundo atual perdemos muito deste saber fazer. Encontramos em lojas o prêt-a-porter, blusas feitas em máquinas com lã sintética, o made in china, e assim vai. Tudo ali, pronto para comprar e usar. Quando muito conseguimos encontrar o trabalho feito à mão, mas infelizmente muito desvalorizado em termos financeiros, uma vez que é um trabalho que não se compara ao industrializado e tem que ter um valor maior. As pessoas acham caro, até querem, mas a um preço que é inviável para quem faz. 

Eu ainda tive a benção de aprender com minha mãe a costurar, tricotar, bordar, fazer crochê. Me ative mais ao tricô e a costura. Mas andava frustrada. Meu pai trabalhou em um lanifício, e eu gosto da lã natural, aquela que tem cheirinho de carneiro e que esquenta mesmo. Qual não foi minha alegria ao descobrir em Campos de Jordão a  Mãostiqueiras. 

Elas desenvolvem um trabalho maravilhoso com a preservação e ajuda aos criadores de ovelhas da região da Serra da Mantiqueira. A lã é feita na roca, é fiada, e depois elas trabalham ou no tear ou no tricô com agulhas. Fico muito feliz que esta recuperação uma vez que nas últimas vezes que fui à Campos do Jordão já não encontrei as malharias típicas da região do tempo da minha adolescência. 

Comprei a lã pura e natural, mas tem colorida também. Tive o privilégio de conhecer a Juliana que cuida disto tudo. E meu sonho é aprender o tear. Já procurei muito aqui onde moro, mas não encontrei ninguém que ensinasse a fiar e tecer. 

A arte de fazer com as mãos é algo que nos faz bem, é uma terapia, acalma, e revitaliza nossas almas. Aos poucos vai surgindo uma blusa, uma manta, um tapete, uma tapeçaria, uma almofada, não importa, o que se deseja fazer. Ao invés de comprar tudo pronto, podemos fazer. Esta valorização do fazer está se perdendo, e estamos nos acostumando a comprar tudo pronto, e feito de material sintético, industrial, muitas vezes importado de fora. Se você não tem tempo para fazer, ou realmente não gosta, então opte pelas artesãs que ainda mantém vivo este processo manual, mas valorize o trabalho e o tempo delas, este tempo que você não tem e elas dedicam ao fazer. 

Há uma imagem pejorativa sobre mulheres prendadas, que seriam mulheres submissas, do lar. Imagem esta que interessa ao consumo, e as empresas. Não se deixe levar por isto, nada é mais gratificante que criar com suas mãos. 

Estou falando de mulheres, mas muitos homens também fazem belas peças com suas mãos. E porque não um homem costurar, tricotar? Por que a sociedade verá isto como algo afeminado. Isto é uma questão cultural, mas que não deixa de ser alimentada também pelo consumo e pelas empresas. Um homem talvez não se interesse por tecer uma manta, mas quando ele tece uma rede de pesca? Também está fazendo com as mãos. Temos escultores, talhadores de madeira, cozinheiros, ceramistas, e também tapeceiros. 

Quantas opções temos, quantas coisas podemos fazer. Pensem nisto, em tudo que você mesma pode produzir e aos mesmo tempo isto te fará bem, alivia o estresse diário, acalma, te coloca em contato consigo mesma, e é uma relação de sua mente com seu corpo. 

Eu gosto de tricotar ou de fazer uma tapeçaria à noite, aconchegada no sofá vou fazendo. Isto retira todo o excesso de energia do dia, toda aquela adrenalina que acumulamos ao longo do dia, seja no trânsito, seja na correria, seja com prazos, com excessos de tarefas a serem cumpridas. É um momento de calma, de lazer e que não permite que sua mente fique remoendo coisas ruins. Porque se começamos a remoer acabamos errando o que estamos fazendo. É preciso um certo grau de concentração, mesmo que a prática permita que você até escute uma TV enquanto trabalha. 

Temos o tricô, o crochê, o macramê, o tear, a costura, os bordados, para falar de alguns trabalhos manuais. Você pode fazer desde roupas e acessórios até coisas para casa, presentes, etc. E com as sobras de lã, linha, tecidos criar outras coisas. 

Pense em quantas coisas lindas podemos fazer para nós, para a família, para os amigos e para nossa casa. E no quanto isto nos fará bem mentalmente. 




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