domingo, 28 de maio de 2017

PEQUENAS CAPELAS E LOCAIS SAGRADOS QUE SEJAM SEUS

Falando das Capelas de beira de estrada não posso esquecer dos nichos que muitas casas possuem em cima da porta de entrada ou no segundo andar sempre centralizadas na casa onde colocam uma Santa de devoção. Aqui onde moro, falando de Curitiba, isto é muito comum em Santa Felicidade. 

Mas também vemos pequenas capelas nos jardins das casas. No condomínio em que moro há uma casa que tem uma com a N Sra Aparecida e a Pietá ou N Sra da Piedade que é a padroeira de Campo Largo. 

Clarissa Pinkola Estés, uma escritora que gosto muito, analista junguiana, em seu livro "Libertem a mulher forte" tem uma história sobre a construção de um santuário em seu jardim para a N Sra de Guadalupe, seu lugar sagrado no jardim. É uma história muito bonita que acaba se revelando como uma cura para ambos, ela e a pessoa que ela contrata para fazer o santuário. 

Não se trata apenas do religioso, mas do sagrado, que nem sempre é ligado à religião, pois uma cachoeira pode ser um lugar sagrado. Este contato com nossa parte mais profunda é vital para a alma, para nosso bem estar. A antropologia nos fala muito do sagrado e penso que todos nós devemos ter um lugar, um recanto, um canto sagrado onde podemos nos recompor, recuperar as energias, 

Pode ser um canto no jardim com flores ou plantas, uma árvore, um cantinho em casa, um lugar escolhido que conhecemos e que nos faz bem, um oratório, um nicho com um Santo que nos dá consolo e confiança, ou uma gruta ou pequena capela no jardim ou dentro de casa. Precisamos daquele lugar que metaforicamente pode até ser chamado de útero, que significa repouso, mas também vida, onde nos recuperamos, ou nos acalmamos. Algo que nos toque profundamente. 

Nossa sociedade está voltada para a produção, para o sucesso, e uma felicidade prometida que não se alcança pelo consumismo, status ou poder, conforme se prega. Mas vivemos nesta sociedade que tanto nos cobra, nos acelera, nos impõe, e por isto mesmo este lugar sagrado é vital. Um local onde se pode estar consigo mesmo, onde podemos esquecer um pouco toda esta aceleração, excessos de informações, cobranças, pressões do dia a dia. 

Se puder ter neste local plantas e água melhor ainda. O cheiro do mato, das plantas e o barulho da água são um bálsamo para nossas almas, para nosso corpo, para nossa mente. Deite na grama, cheire o ar, olhe, ou feche os olhos e escute. 

Mesmo que você more em um apartamento em uma metrópole isto é possível. Tenha um cantinho com plantas, talvez uma daquelas fontes pequenas que se vendem, ou use a imaginação e criatividade para criar uma. Coloque pedras de preferência que tenha encontrado em lugares que visitou, flores, se for preciso coloque um CD com sons de pássaros, água, ou uma música que te alimente, ou então faça um oratório, um altar com os Santos de sua devoção, ou uma única ou um único Santo, um Espírito Santo, o que preferir. 

O importante é ter este local para recarregar a bateria, para encontrar paz, para ter um momento a sós consigo mesmo, para poder colocar as ideias em ordem, mas acima de tudo para encontrar um pouco de silêncio do outro e encontrar-se consigo mesmo e sentir a vida pulsando. 



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