segunda-feira, 22 de maio de 2017

MONTANDO UM ATELIE ATÉ CHEGAR A LOJA VIRTUAL



Hoje venho falar do Atelie Cravo e Canela Artesanatos.

Desde criança sempre gostei de desenhar, tudo começou com um quadro negro e giz colorido. Meu pai foi um grande incentivador. Lembro bem, eu desenhava casas de taipa com árvores em volta, sol, flores e pássaros. Depois fui me aprimorando, passei ao desenho de bico de pena e crayon. Mas aos poucos fui expandindo e fui participar de alguns cursos; pintura em tecido, pintura em telas e fiz um curso com uma artista plástica de desenho e cerâmica. Mais tarde aprendi a pintar gesso sozinha. Abri uma loja que chamava Cravo e Canela que depois fechei.

Muitos anos se passaram. Formei-me em administração e fui trabalhar na hotelaria onde permaneci por 18 anos. Quando deixei a hotelaria em 2012, após a morte de minha mãe, foi um momento muito difícil. Passei a morar sozinha pela primeira vez, passei momentos extremamente depressivos. Finalmente resolvi me mudar para uma cidade menor perto de Curitiba onde moro hoje. Então começou a renascer o desejo de voltar a pintar. 

O processo foi muito lento. Comecei devagar com um lugar na varanda de trás de minha casa (foto). Fui comprando o material aos poucos. Abandonei novamente. Até que em 2016 no meio do ano retomei com força total. Foi com os presépios. Tive muita vontade de pintar os presépios barrocos que eu fazia quando jovem. E lá fui eu. E as pessoas começaram a elogiar. Fui em frente, com outras peças visando decorar minha casa. Me dei conta que ia encher a casa e que iria chegar um momento que seria demais. Foi quando pensei em vender. 


Minha filha organizou um bazar na casa dela e chamou as amigas. Deu certo. Acabei tendo várias encomendas para o final do ano vindas de lá e também aqui onde moro. Foi quando comecei a estudar o ELO7, ler tudo que eles oferecem, como funciona, as regras e gostei. Em janeiro ativei a loja e tem dado certo. Também participei de alguns bazares para divulgar meu trabalho. Logo eu que sempre me enroscava em usar facebook, instagram, e outros, fui aprendendo e logo eu estava com tudo vinculado à loja. Entrei para grupos de mulheres empreendedoras e outros de vendas. O resultado tem vindo. Ainda não é suficiente para me sustentar, mas já ajuda. 

Mas o mais importante é o prazer que sinto pintando, criando as peças para depois vê-las partir e deixar alguém feliz, contente com a mesma. Isto não tem preço. 

A arte é uma forma de manter meu feminino com a possibilidade de criar algo. As mulheres são geradoras e não apenas de filhos, mas também de ideias, produtos, arte, culinária e uma infinidade de outras coisas. Os homens também criam e na arte encontram a beleza deste ato. Todos nós temos um lado feminino e outro masculino, não se trata aqui de gêneros, mas de aspectos do ser humano. 

A arte também me devolveu um aspecto que tinha sido sufocado com a correria do dia a dia, o stress cotidiano, o cansaço que isto gera, que é a espiritualidade. Não falo aqui de religião, mas de um encontro com nosso eu profundo, nosso inconsciente e com o universo e a energia cósmica. As inúmeras possibilidades e potencialidades que temos e não fazemos uso. A expressão do que sentimos, e o prazer de fazer algo de que gostamos. Mesmo vendendo as peças há uma dádiva, pois é algo que circula, que vai embora e nos ensina o desapego, o deixar ir, tudo que criamos não nos pertence, é preciso dar e retribuir, é preciso deixar circular, não como algo obrigatório visando ser reconhecido e recompensado, mas doando algo de si ao mundo. Tenha certeza, a retribuição e o reconhecimento vem, e muitas vezes vem de outro lugar. 

Dar vida a uma peça em gesso em branco, uma cerâmica em branco, uma peça em MDF é algo que enriquece, que dá prazer. É necessário soltar a criatividade, deixar fluir, vir as ideias. Qualquer um consegue, mesmo aquele que diz que não tem jeito com a arte, com pincéis, basta o desejo que aos poucos se consegue. Alguns realmente tem o dom, mas isto não impede que todos experimentem e façam. 




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